Índice
1. Resumo
Viagem de 3 dias à Pérola do Atlântico, com a participação da Branca, da Helena, do Francisco e do Tomás (9 anos). Os dias foram passados inteiramente no Funchal, em que procurámos intencionalmente experimentar as atividades e a gastronomia mais típicas.
O tempo estava bastante agradável para janeiro, com pouca amplitude térmica à volta de 20°C, com o céu a alternar entre o limpo e o nublado.
Como é costume, ficámos num alojamento local no centro da cidade que nos permitiu fazer todas as deslocações a pé, exceto no dia em que fomos ao Monte.
2. Custos
Como seria de esperar, o Funchal não é um destino barato. Sobretudo, como no nosso caso, se quisermos ter as experiências mais turísticas, tanto ao nível de gastronomia como de atividades.
As nossas despesas com alimentação ficaram em 31€ diários por pessoa, com 67% das refeições em restaurante (almoços e jantares).
Gastámos 16€ diários por pessoa em atividades e 75€ por noite em alojamento.
3. Diário
dia 1 (25/1), Lisboa - Funchal
O Tomás entrou no avião com um sonoro “boa tarde” que foi premiado com um convite para visitar o cockpit para um fotografia sentado no lugar do comandante.
Aterrámos no Funchal às 20:15, 15 minutos antes da hora prevista. Este avião tinha o regresso para Lisboa agendado para as 21:00 e, das mensagens da tripulação, percebemos que estavam preocupados em conseguir preparar o avião a tempo.
O táxi deixou-nos no apartamento, a 800m de Sé, pouco depois das 21:00. Depois de nos instalarmos, fomos jantar no centro comercial Plaza, dois quarteirões abaixo, para não nos despacharmos tarde. Comemos no H3 (nota 2 em 5), que estava uns bons furos abaixo dos do continente.
Acabámos de comer às 22:01, 1 minuto depois do fecho da zona de restauração do centro comercial. Por este motivo, ninguém vendeu um bolo ou um gelado ao Tomás que ficou desconsolado. Funcionários cumpridores.
dia 2 (26/1), Museu CR7 e cidade velha
As atividades do dia começaram com uma visita ao Museu CR7, integrado no Hotel Pestana mesmo à beira da baía. Estranhamente, o museu está fechado nos fins de semana, pelo que só o poderíamos visitar neste dia.
Com grande entusiasmo do Tomás, passámos aproximadamente hora e meia a ver os muitos troféus conquistados por Cristiano Ronaldo ao longo da sua carreira, bem como fotos, camisolas, elementos históricos e registos de interação com os fãs. Tudo realmente impressionante, embora tenha parado no tempo em 2019. No final, a avó Branca gastou uns Euros na loja com uns miminhos para os netos.
Debaixo dum sol e duma temperatura agradáveis, caminhámos para o centro, ao longo da Avenida do Mar, passando pelo Palácio de São Lourenço. Seguimos pela Avenida Zarco e entrámos na Avenida Arriaga junto à estátua do descobridor da Madeira em direção à Sé do Funchal.
Entrámos na Sé, onde pudemos apreciar o teto mudéjar; bastante interessante, sobretudo por estar no interior duma igreja católica tão importante.
Já era hora do almoço e tínhamos planeado almoçar na cidade velha. Procurámos a rua de Santa Maria onde parámos na esplanada da Taberna Ruel (nota 4). Comemos peixe espada (nas variantes com banana e com maracujá) e espetada em pau de louro. Para acompanhar, sumos e cerveja Coral (produzida pela Empresa de Cervejas da Madeira).
Para a sobremesa, fomos à Padaria Mariazinha (nota 4) que fica 100 m mais à frente. Esta padaria está aberta 24 horas por dia e é famosa pelo seu pastel de nata e pela sua queijada. Além destas especialidades, estavam expostos muitos outros bolos com um aspeto magnífico, pelo que decidimos deixar o pastel de nata para o dia seguinte e apostámos no bolo de bolacha e no bolo de chocolate com Ferrero Rocher. Estes bolos estavam bons mas, claramente, não tão bons como o seu aspeto. Quem ficou melhor foi a Helena que escolheu uma queijada que estava deliciosa.
Seguimos pela rua de Santa Maria em direção ao Forte de São Tiago, passando pela Capela do Corpo Santo. Nesta zona da cidade, as portas são usadas como telas em que são feitas pinturas de estilos muito diversificado que dão um colorido muito interessante.
Do Forte de São Tiago, tem-se uma boa vista do Funchal e da sua baía.
O Forte está em estado avançado de degradação. Aparentemente, estaria a ser planeada alguma manutenção, o que nos impediu de percorrer todo o perímetro das muralhas. Num pátio interior, estavam estacionados dois veículos antigos sem mais contexto …
Voltámos a passar na cidade velha, desta vez em direção a poente, e parámos no Mercado dos Lavradores. Aqui, deixámos uma pequena fortuna em troca de anonas, maracujás e ananás banana que nos deram a provar. Infelizmente, a fruta que comprámos ainda não estava suficientemente madura para saber tão bem como as amostras. Comemos os maracujás no próprio dia (ao jantar), as anonas tiveram de ficar para o dia seguinte e o ananás banana viajou para Lisboa.
A caminho de casa, parámos na esplanada do Jardim Municipal para lanchar e passámos pelo supermercado para comprar os ingredientes para o jantar.
dia 3 (27/1), Convento de Santa Clara e Jardim Tropical
Começámos o dia com uma visita ao Convento de Santa Clara, monumento nacional desde 1940. Fundado no século XV, foi sendo construído e expandido ao longo dos séculos. Atualmente, ainda agrega umas quantas irmãs Clarissas residentes e funciona como infantário.
A visita começa na igreja de onde se passa para o Claustro, ambos bastante luminosos. O claustro está rodeado de várias capelas com talha, azulejaria, escultura, pintura e ourivesaria desde o século XV até ao século XIX. Este convento tem ainda uma exposição de diversas peças do seu património artístico.
Almoçámos no restaurante Prima Caju (nota 5), localizado perto do convento. Fomos lá pelas excelentes recomendações mas, mesmo assim, ficámos agradavelmente surpreendidos com a comida e com o espaço. Comemos umas taças (bowls), Asiática e Meraki, que estavam deliciosas. Para experimentarmos noutra altura, registámos que também servem brunch, panquecas, waffles, etc.
Depois do almoço apanhámos o teleférico para o Monte, onde visitámos o Jardim Tropical.
Este espaço com uma bela vista sobre o Funchal, era, no século XVIII, uma quinta dum cônsul inglês. Posteriormente, foi transformado em hotel (Monte Palace Hotel), que foi encerrado em meados do século XX, depois da morte do seu proprietário. Em 1987, Joe Berardo adquiriu esta propriedade e transformou-a misturando uma série de plantas de várias partes do mundo com plantas da floresta madeirense e introduzindo espécies animais como peixes ou flamingos nas várias lagoas.
O Jardim é muito bonito, foram umas horas muito bem passadas que o Tomás aproveitou para umas belas brincadeiras de agentes secretos.
No regresso, descemos em carros de cestos que deslizam pelo monte abaixo controlados pela força e pela perícia de dois homens. Em grande parte do trajeto, o seu trabalho é evitar colisões com os muros e outros obstáculos que possam surgir no caminho, havendo um ou outro cruzamento com pouca visibilidade que causa alguns arrepios. Pelo meio, há um troço em que a inclinação não é suficiente para que o cesto escorregue sozinho, pelo que é necessário puxar. Teve a sua graça mas não parece ser experiência para repetir.
A descida acabou a uns 2 km do centro do Funchal. Poderíamos ter apanhado o autocarro ou chamado um táxi mas decidimos ir caminhando em direção a casa. Chegámos ao destino passada quase uma hora, seguindo o caminho indicado pelo Google que incluiu troços interditos a peões em que a proibição estava assinalada apenas no sentido contrário (só nos apercebemos no final).
Ao jantar já conseguimos comer as anonas compradas no dia anterior, apesar de ainda não estarem no ponto.
dia 4 (28/1), Madeira Story Centre
Passámos a manhã nas calmas, a fazer as malas e a aproveitar o terraço no topo da nossa casa. Apesar da vista não ser magnífica, dava uma boa sensação de desafogo; o céu meio encoberto assegurava a quantidade de sol certa para uma temperatura agradável.
Perto da hora do almoço, saímos carregados em direção à cidade velha. Perto do teleférico, deixámos a bagagem nas instalações da empresa onde, no dia anterior, tínhamos reservado táxi para o aeroporto e fomos almoçar.
Almoçámos no RealmaR (nota 5), onde comemos peixe grelhado e lulas grelhadas que estavam excelentes.
Depois do almoço, fomos espreitar o Madeira Story Centre, museu sobre a história da Madeira. À entrada, o Tomás comentou com o sr. que nos vendeu os bilhetes que a história da Madeira só poderia estar completa se incluísse o Cristiano Ronaldo. O Sr. respondeu que o Tomás iria ficar desiludido mas, afinal, sempre havia um expositor dedicado ao grande embaixador da Madeira (e de Portugal). Este museu é pequeno mas bastante completo, sendo uma ótima introdução ao assunto.
No final da visita ao museu, subimos ao andar de cima, onde fica um restaurante que oferece desconto aos visitantes do museu. Não queríamos ir ao restaurante mas interessávamo-nos ter a noção da vista. Acabámos por descobrir um terraço no nível acima do restaurante com cadeiras para nos sentarmos, onde acabámos por ficar por um bom bocado a apanhar um sol que aparecia intermitentemente e a apreciar uma bela vista para os montes que rodeiam o Funchal.
Antes de seguirmos para o aeroporto, voltámos a passar na Padaria Mariazinha onde comprámos pastéis de nata e queijadas para a viajem, e lanchámos um prego no bolo do caco acompanhado de poncha na Poncharia (nota 3).
Chegou então a altura de conhecer o Óscar, o nosso condutor até ao aeroporto, a verdadeira “picareta falante” que durante os 20 minutos da deslocação deixou a cabeça do Francisco em água com imensa “inside information” sobre a investigação a Miguel Albuquerque e ao Governo Regional da Madeira tornada pública uns dias antes.
No airporto, cruzámo-nos com a equipa de futebol do Torreense que tinha jogado nessa tarde contra o Nacional da Madeira, o que deixou o Tomás muito entusiasmado por estar perto de jogadores profissionais de futebol.
Chegámos a Lisboa antes das 11 da noite.