Índice
Resumo
Helena, Francisco e Tomás (9 anos) numa semana em Israel, durante uma viagem em julho de 2023 que começou com uns dias em Roma e terminou com quase duas semanas na Jordânia. Além de uns dias passados na zona de Jerusalém, deslocámo-nos ao norte, à Cesareia Marítima (B), a Haifa (C) e a Nazaré (D), e à zona sul do Mar Morto (Masada, F). Por lapso, o planeamento dos dias passados em Israel considerou outra terra também chamada Masada no norte, perto do Mar da Galileia; quando nos apercebemos da situação já havia reservas de alojamento feitas, pelo que a incursão ao norte ficou algo desequilibrada. No último dia apanhámos uma camioneta em direção a sul, à beira do Golfo de Aqaba (B), onde atravessámos a fronteira para a Jordânia.
Jerusalém é uma cidade incrível, onde se sente uma coexistência tensa entre as diferentes comunidades. Tivemos a sorte de visitá-la em época baixa, pelas temperaturas elevadas, o que nos permitiu visitar os diversos pontos de interesse com menos confusão.
O outro destaque vai para Masada, com uma história e um enquadramento fantásticos. Imperdível.
Custos
Israel é um país caro, tanto no alojamento como na alimentação.
Pagámos uma média de 92€ por noite, privilegiando a localização em prejuízo da qualidade, valor ao nível do que pagámos em Roma e 40% acima do que tínhamos pago em Londres no ano anterior.
A alimentação ficou-nos em 19€ diários por pessoa. Fizemos 50% dos almoços e dos jantares em restaurantes, quase todos muçulmanos por serem significativamente mais baratos. Os supermercados e mercearias são bastante mais caros do que em Portugal.
A generalidade das atividades em Israel não tem custos, pelo que nesta categoria gastámos apenas 3€ por dia por pessoa.
O custo do aluguer do carro e outros relacionados (gasolina e estacionamento) também são elevados. Os transportes públicos têm preços acessíveis mas acabámos por gastar mais do que seria preciso por falha de informação dos funcionários das bilheteiras que resultou em deslocações desnecessárias e em dinheiro carregado nos cartões que acabou por não ser utilizado. No final, gastámos uma média de 57€ por dia com as deslocações.
Diário
dia 1 (3/7), Jerusalém
Foi dia de acordar antes das 3 da manhã para apanhar o tal voo barato de Roma para Tel Aviv, onde chegámos antes das 11h locais. Mentalizados para longas esperas e interrogatórios à entrada de Israel, fomos seguindo as filas com toda a calma. O tempo nas filas não foi reduzido mas, surpreendentemente, a verificação dos passaportes demorou menos de um minuto em que nos perguntaram 4 vezes qual a razão da ida a Israel, felizmente não nos apanharam em contradição :)
Passada a fronteira, foi altura de levantar dinheiro e de comprar um cartão SIM que não queríamos sair dali sem poder usar o Google Maps. Seguiu-se um assalto voluntário: um cartão SIM para uma semana em troca de 200 ILS (50€)!! Não havia alternativa, aquele agente deve ter pago bem para ter a loja no aeroporto … Chegado desta aquisição, o Francisco encontrou a Helena a falar com uma srª do Ministério do Turismo que propunha oferecer-nos um cartão SIM em troca de reportarmos as despesas que viéssemos a fazer em Israel. Aceitámos, claro, o que reduziu o custo unitário das telecomunicações para um valor mais aceitável (mesmo assim elevado).
Apanhámos o comboio errado, que deve ter passado na plataforma uns minutos antes do correto, pelo que ficámos na estação terminal do seu trajeto, a meio caminho para Jerusalém. Mais uma hora de espera, e lá apanhámos o comboio que nos levou ao destino pretendido, a estação central de Jerusalém. Aqui, fomos ao terminal rodoviário, mesmo ao lado, comprar e carregar o Rav Kav, cartão recarregável usado nos autocarros em que não é possível comprar bilhete.
À entrada do terminal rodoviário, tivemos de passar por um raio-x (tipo aeroporto), controlado por 6 polícias fortemente armados … percebemos rapidamente o que seria o dia a dia nesta cidade. Apanhámos o autocarro e chegámos ao hostel depois das 16:00.
O hostel onde ficámos está numa localização imbatível, a 100m da Porta de Damasco (uma das entradas para a Cidade Velha). Limpo e fresco, apesar de não ter ar condicionado (ainda bem que ficámos num quarto interior), sem um sabonete nem um rolo de papel higiénico (mas com duas Bíblias no roupeiro), custou mais do que o apartamento em Roma. O mais barato na zona, mesmo assim bastante caro, como tudo neste país.
Finalmente, pelas 18:30 fomos dar um passeio. Contornámos a muralha da Cidade Velha no sentido dos ponteiros do relógio em direção ao Monte das Oliveiras. Pelo caminho, fomos barrados por um militar e obrigados a atravessar a estrada, uma vez que o passeio em que caminhávamos era só para judeus.
O Monte das Oliveiras, frequentado por Jesus e pelos seus apóstolos fica na zona a nascente da Cidade Velha. Grande parte da sua encosta está coberta por um vasto cemitério judeu, sendo os locais mais altos bastante disputados por estarem mais perto do céu.
Subimos ao Monte das Oliveiras, onde observámos um magnífico pôr do sol com vista para o cemitério judeu e para a Cidade Velha. Nesta, destacam-se a mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha, com a sua cúpula dourada, no topo do Monte do Templo (nome inicial dado pelos judeus), também designado por Haram Al-sharif pelos muçulmanos e por Esplanada das Mesquitas pelos não muçulmanos (judeus incluídos).
Descemos o Monte das Oliveiras e continuámos a contornar a muralha em direção à Porta do Esterco (no seu lado sul, através da qual saíam os resíduos de Jerusalém), por onde entrámos na Cidade Velha.
Mais à frente, depois de passar por um raio-x, chegámos à praça do muro ocidental (Western wall), onde fica o Muro das Lamentações. Este Muro é o que resta dos antigos templos judeus, destruídos pelos babilónicos (o primeiro) e pelos romanos (o segundo). Uma pequena parte do muro, no lado exterior do templo, é usada pelos judeus como local de oração (homens do lado esquerdo e senhoras do lado direito), uma vez que o acesso à zona interior lhes está vedado, por ser controlada pelos muçulmanos (zona designada por Monte do Templo/Haram Al-sharif/Esplanada das Mesquitas).
Atravessámos a Cidade Velha em direção a norte, saindo pela Porta de Damasco.
Jantámos no restaurante Alayed (nota 4 em 5), mesmo ao lado do hostel. Comemos batatas com tahine, humus acompanhado de falafel e salada de alface, tomate e pepino, mais frango assado com arroz para o Tomás. A comida estava boa mas gostámos especialmente do tempero do arroz com uma bela mistura de especiarias.
dia 2 (4/7), Jerusalém
Começámos o dia a visitar o Monte do Templo, também conhecido por Haram Al-sharif e por Esplanada das Mesquitas. Este espaço, delimitado por uma muralha, é o território mais disputado no conflito israelo-árabe, sendo palco frequente de conflitos violentos. Atualmente, encontra-se sob a administração das autoridades islâmicas, como resultado das negociações na sequência da guerra dos 6 dias.
Neste monte no interior da Cidade Velha, o rei Salomão mandou construir um templo no século X a.c. como local de adoração e um símbolo da presença de Deus entre o povo judeu. Nele estava guardada a Arca da Aliança, com as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés no Monte Sinai, considerada uma das relíquias mais importantes e sagradas do judaísmo. No século VI a.c., o templo foi saqueado e destruído pelos babilónicos, tendo a Arca da Aliança desaparecido. Após o retorno do exílio, foi construído um segundo templo no mesmo local do primeiro, que também viria a ser destruído, desta vez pelos romanos em 70 d.c., restando apenas parte da parede ocidental, incluindo a secção hoje conhecida como Muro das Lamentações.
Este local foi escolhido por Salomão por nele estar uma grande rocha, sobre a qual, supostamente, Abraão terá sinalizado a sua devoção a Deus, preparando-se para sacrificar seu filho.
De acordo com a crença islâmica, Maomé terá ascendido ao céu a partir da mesma rocha. Por esse motivo, neste espaço, designado pelos muçulmanos por Haram al-Sharif (que significa "Nobre Santuário") foram construídas duas das estruturas mais importantes para o islão (bem como outras também relevantes embora com menor importância): a Mesquita de Al-Aqsa e a Domo da Rocha (também designado por Cúpula da Rocha).
A mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do islamismo, depois da Meca e de Medina. Esta era a mesquita usada inicialmente para a orientação das orações, antes de se passar a usar a orientação para Meca. O Domo da Rocha é uma estrutura octogonal com uma cúpula dourada que protege a dita rocha; atualmente, só pode ser visitado por muçulmanos.
No interior do Haram al-Sharif encontra-se ainda vários edifícios cúpula (incluindo a Cúpula da Ascenção, onde Maomé terá orado antes de subir ao céu), vários túmulos (incluindo o de Sharif Hussein I Ibn Ali (1851-1931), líder da Revolta Árabe da Primeira Guerra Mundial) e a Porta Dourada (Golden Gate). Segundo a tradição judaica, o Messias entrará na cidade por esta porta no dia do juízo final, tendo os muçulmanos emparedado a passagem e criado um cemitério do lado de fora do muro.
Perante estes motivos de disputa, o espaço também é designado por Esplanada das Mesquitas, numa referência mais neutra e factual.

Chegámos pelas 9:30 à entrada perto do Muro das Lamentações, a única que pode ser usada pelos não muçulmanos (embora estes possam usar qualquer um das saídas), que só podem visitar o espaço fora dos períodos de oração. Ouvimos dizer que haveria filas enormes à entrada mas entrámos rapidamente e visitámos o espaço com pouca densidade de turistas.
Seguimos para zona a sul da Cidade Velha, onde fica a Cidade de David, complexo arqueológico onde há 3000 anos, antes da construção do Primeiro Templo, o Rei David estabeleceu a que seria a capital das tribos de Israel.
A cidade de David também é conhecida pelos seus túneis subterrâneos de água que ligam a nascente de Gihon ao sul da Cidade Velha, com derivações pelo caminho, que se crê terem sido usadas para rega. Um dos túneis, o túnel de Ezequias, foi construído para dar acesso à nascente em situação de cerco à cidade de Jerusalém, sendo um exemplo de engenharia dos tempos bíblicos que se encontra intacto. Depois de fazermos o trajeto pelo parque arqueológico, percorremos o túnel de Ezequias em cerca de 40 minutos, com água entre o tornozelo e pouco abaixo do joelho, atividade bastante apreciada pelo Tomás.
Voltámos a entrar na Cidade Velha e fomos almoçar ao restaurante Lina (nota 5), na Via Dolorosa, em frente à estação VIII. Comemos falafel e húmus com feijão, acompanhado de pita e sumos de laranja natural; simples e bom.
A Cidade Velha de Jerusalém está dividida em 5 zonas: a Esplanada das Mesquitas e 4 bairros, cada um associado a uma ação religiosa: os bairros judeu, muçulmano, cristão e arménio. Este também é cristão mas mantém-se por razões históricas pela presença precoce do patriarcado da Arménia, primeiro país a adotar o cristianismo como religião do estado.

Depois do almoço, fomos caminhando lentamente até ao hostel, dando a volta grande pelo bairro judeu. Perto da Porta de Sião, chegámos à extremidade sul do que resta do Cardo Maximus, a rua principal da Cidade Velha, com orientação norte-sul, que interliga a Porta de Damasco à Porta de Sião. Na década de 1970, escavações revelaram as antigas colunas do Cardo Romano, encontrando-se hoje na parede lateral das escavações um mural colorido que reflete a aparência do Cardo no seu apogeu: uma rua movimentada repleta de comércio. Neste dia, a parte desta via que passa no bairro muçulmano estava com as lojas todas fechadas e tinha muito poucos vendedores de rua.
Depois das horas passadas a caminhar ao calor, fomos descansar para o hotel, onde estivemos até à hora do jantar. Fomos ao Tacos Luís (nota 4), onde comemos uns tacos com atendimento top.
dia 3 (5/7), Belém
Apanhámos a camioneta, carreira 231, para Belém pelas 10:00 no terminal rodoviário mesmo em frente ao hostel. Aí, fomos abordados por vários taxistas, cada um com a sua história, a tentarem convencer-nos a usar os seus serviços. A viagem descontou 5,50 ILS de cada Rav Kav (o mesmo que qualquer deslocação em Jerusalém) e demorou 45 minutos para chegar a Belém, a menos de 10km em linha reta (aproximadamente o dobro por estrada). A passagem da fronteira para a Palestina foi direta, não tendo havido nenhum tipo de controlo.
Chegados a Belém, fomos mais uma vez abordados por vários taxistas, muito simpáticos e insistentes qb que nos expuseram as opções: “podem caminhar por aqui para a Igreja da Natividade durante 20 minutos em que não há nada para ver, podem isto e aquilo ou podem apanhar o meu taxi que é rápido, barato e confortável”. Agradecemos a simpatia e seguimos pelo tal caminho por onde “não havia nada para ver”. Na realidade, atravessámos um mercado de rua, apreciando a confusão de comerciantes, de consumidores e de carros a tentar passar. Grande contraste, relativamente ao que tínhamos visto na véspera em Jerusalém.
A entrada na Igreja da Natividade é feita por uma porta com 1,20m de altura e 60 cm de largura, conhecida por “Porta da Humildade” por obrigar quem quer entrar a curvar-se. Consta que os objetivos desta porta tão pequena eram obrigar os peregrinos a tirar o chapéu e impedir a entrada de animais de grande porte.
Numa gruta por baixo do altar, está o local do nascimento de Jesus, ladeado por imagens dos arcanjos Miguel e Gabriel. Na mesma gruta, pode ver-se a rocha onde Jesus foi colocado por Maria depois de nascer.
Dedicada a Maria e construída no século IV por ordem de Santa Helena, mãe do imperador Constantino, a Igreja da Natividade tem um interior modesto, a que os visitantes aparentam ligar pouco, uma vez que se dirigem rapidamente para a entrada da gruta.
Relativamente perto, fica a Capela do Leite, construída sobre a gruta onde Jesus, Maria e José se refugiaram antes de fugirem para o Egipto durante o massacre dos inocentes, ordenado pelo rei Herodes. Segundo a tradição, neste local Maria terá deixado cair uma gota de leite enquanto amamentava Jesus sobre uma pedra que mudou de cor, passando a ser branca.
A igreja original foi construída no século V, sendo o espaço gerido atualmente pelos franciscanos que adicionaram o edifício atual, sobre a gruta, no século XIX. Em dois nichos no fundo da igreja, sem mais contexto, estão expostas duas estátuas com o nome “Portugal”, uma com a imagem de Santo António e outra com a imagem de Cristo.
Noutra zona do complexo, encontramos um grupo de freiras em oração e cânticos, atividade assegurada 24 horas por dia pelas Irmãs da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento. Esta prática decorre ininterruptamente desde 2006, altura em que as Adoradoras Perpétuas chegaram a Belém, ao mosteiro preparado para elas pela Custódia da Terra Santa.
Almoçámos no restaurante Abu Dawod (nota 4), onde comemos kebab, shoarma, salada mista (alface, tomate, pepino, hortelã e azeitonas), húmus e falafel.
Na parte norte de Belém, fica o túmulo da matriarca bíblica Raquel que, a certa altura, intercedeu com sucesso junto de Deus para a expiação dos pecados. Mulher de Jacob, Raquel morreu neste local onde foi enterrada à beira da estrada, seguindo o plano de Deus (de acordo com a tradição) para que os seus “filhos” fossem confortados pela sua presença neste ponto de passagem. Por exemplo, aqui passaram os judeus a caminho do exílio na Babilónia.
Este ponto é local de devoção para judeus, cristãos e muçulmanos. Nunca sendo considerado exclusivo de nenhuma religião, é atualmente o terceiro ponto mais sagrado do judaísmo depois do Muro das Lamentações e do Monte do Templo. Em meados do século XX, esta zona era controlada pela Jordânia que proibia os judeus de lá entrarem. Em 1967, Israel ocupou este território e, a partir de 2002, começou a construir um muro que só permite o acesso ao local vindo de Jerusalem e está vedado a muçulmanos. Este muro (na realidade, uma combinação de muro, cercas, vale e outras barreiras físicas) separa Israel da Palestina com o objetivo anunciado de garantir a segurança de Israel, não estando ainda terminado. tem um comprimento previsto de mais de 700km, e está maioritariamente no território da Cisjordânia como é exemplo a parte que envolve o túmulo de Raquel.
Depois do almoço, caminhámos em direção ao túmulo. Passados 2km, chegámos ao lado palestiniano do muro com 8m de altura que o envolve (o túmulo fica logo do outro lado do muro). O lado palestiniano do muro está cheio de pinturas contra o muro e a segregação dos povos, algumas da autoria do artista/ativista Banksy.
Percorremos um bocado da extensão do muro antes de voltarmos para trás e nos dirigirmos para a paragem de autocarro. Desta vez, houve paragem na fronteira para verificação dos passaportes, mas a viagem de regresso também foi bastante tranquila.
Depois dum período de descanso, saímos para dar uma volta numa zona mais moderna de Jerusalém, a noroeste da Cidade Velha, onde comemos uns pita shoarma comprados pelo caminho.
dia 4 (6/7), Jerusalém
Entrámos na Cidade Velha pela Porta de Damasco e dirigimo-nos à Igreja do Santo Sepulcro, seguindo pelo suk (ruas comerciais), finalmente cheio de vida. Pelos vistos, isto só anima com o aproximar do fim de semana.
Só descobrimos a entrada da igreja depois de dar uma volta ao quarteirão, quando percebemos que o que nos parecia a saída (muita gente a sair quando passámos lá) era, afinal, o ponto de entrada e de saída. Nesta volta, passámos pelo Arco da Virgem Maria que era a entrada ocidental para a igreja no tempo das cruzadas, diretamente para a sala redonda do Santo Sepulcro. Atualmente, esta porta encontra-se emparedada.
Eram 11:30 e estava uma grande confusão e uma fila enorme para o Santo Sepulcro. Em conversa com um padre franciscano (em italiano, que nenhum dos interlocutores parecia dominar) lá percebemos que os melhores horários para visitar a igreja (leia-se com menor confusão) são antes das 10:00 ou depois das 17:00, pelo que decidimos voltar mais tarde.
Assim, percorremos a Via Dolorosa no sentido contrário ao percorrido por Jesus quando carregou a cruz até ao local onde seria crucificado, identificando as várias estações, com a ideia de voltar a percorrê-la no sentido correto no regresso. Passando pela Porta dos Leões, seguimos até Gethsemane, por onde tínhamos passado no primeiro dia sem poder visitar por já estar fechado.
Aqui, na base do Monte das Oliveiras, encontra-se alguns locais frequentado por Jesus Cristo e pelos apóstolos. Por exemplo, foi aqui que Jesus orou na noite da sua detenção e que recebeu o beijo de Judas. Não conseguimos entrar nas grutas por estarem fechadas mas visitámos a Basílica da Agonia e espreitámos o jardim, cheio de oliveiras, algumas da época de Cristo (identificáveis pela maior espessura dos troncos)
A Basílica da Agonia, também conhecida por Basílica das Nações ou (simplesmente por Gethsemane), tem o interior que considerámos mais espetacular de todas as muitas igrejas visitadas nestas semanas (em Roma, Israel e Jordânia), para que muito contribui o tom suave e harmonioso da luz que entra pelos vitrais que casa na perfeição com o a decoração da igreja.
Em frente ao altar está a Rocha da Agonia, onde Jesus agonizou ao ponto de suar sangue, cena representada no mosaico por trás do altar.
Voltámos para a Cidade Velha, tendo entrado pela Porta dos Leões e percorrido outra vez a Via Dolorosa, desta vez dando a atenção devida a cada umas das estações por onde íamos passando. Achámos particularmente bonita a capela na terceira estação, onde Jesus caiu pela primeira vez.
Quando chegámos à estação VIII, decidimos almoçar no restaurante Lina (mesmo em frente), onde tínhamos comido havia 2 dias. Desta vez, escolhemos tabbouleh, húmus com pinhão e puré de beringela. Para acompanhar, experimentou-se cerveja de malte sem álcool (muito doce, a não repetir).
Depois do almoço, fomos descansar para o hostel e deixámos as últimas 5 estações para o final do dia, sendo que as últimas 4 estão no interior da Igreja do Santo Sepulcro. Retomámos a Via Dolorosa pelas 18:30, tendo chegado à Igreja do Santo Sepulcro pouco depois.
Depois de passarmos pela escada de acesso estação X, na capela onde Jesus foi despojado das suas vestes (que estava fechada), entrámos na igreja e subimos ao local da crucificação. Aqui foi construída uma capela em torno da rocha onde se crê que a cruz de Cristo terá sido colocada, onde estava a acontecer uma celebração conduzida por dois padres da igreja ortodoxa grega.
Seguiu-se a Pedra da Unção, onde o corpo de Jesus Cristo foi colocado e preparado para ser sepultado. De manhã, havia tanta gente à sua volta a querer tocar-lhe que mal se conseguia vê-la. No entanto, a esta hora o local estava quase vazio, sendo possível fotografar a Pedra da Unção sem apanhar ninguém. Inacreditável!
Na sala ao lado, com planta redonda, foi construída uma capela à volta do túmulo da sepultura e ressurreição de Cristo. A esta hora havia uma fila com 15 a 20 pessoas (bem mais pequena do que de manhã, para visitar o túmulo que não comporta mais do que 3 ou 4 pessoas em simultâneo.
Antes de sairmos, demos uma volta pelo resto do complexo que contém inúmeras capelas, incluindo no subsolo. Lamentavelmente, não há informação disponível para os turistas.
Quando saímos da igreja, pelas 19:45, ouvia-se o chamamento para a oração de mesquita vizinha, momento que registámos em vídeo que evidencia a coexistência de símbolos sagrados do cristianismo e do islamismo em Jerusalém.
Regressámos para a Porta de Damasco, onde comemos kebab e sumo de laranja e cenoura comprados a um vendedor ambulante.
dia 5 (7/7), Cesareia Marítima e Haifa
Fomos levantar o carro que tínhamos alugado, experiência bastante desagradável, mesmo numa das rent-a-car mais conhecidas mundialmente … digamos que o atendimento não é o forte dos israelitas. Entregaram-nos um carro cheio de riscos e amolgadelas, sem chapeleira e com o um cinto traseiro inoperacional. Quando perguntámos se não nos davam registo dos danos na viatura, recebemos uma resposta seca (”we have pictures”) e acabou a conversa.
Seguimos para norte, em direção a Haifa, com uma paragem na praia da Cesareia Marítima onde estão as ruínas dum aqueduto. A água estava a uma boa temperatura mas o mar estava um bocado revolto, por causa do vento e das muitas rochas. Depois dos mergulhos, fizemos um piquenique na sombra do aqueduto.
A Cesareia Marítima foi fundada pelo rei Herodes em homenagem ao imperador César Augusto, tendo o nome da cidade sido escolhido em sua honra. No seu auge, foi um importante porto marítimo e um centro administrativo e político na região. Dispunha de todas as estruturas duma cidade romana (como o anfiteatro, o hipódromo ou os banhos romanos), redescobertas e escavadas no século XX.
Infelizmente, não visitámos a cidade e seguimos para Haifa, onde iríamos passar a noite. Esta incursão no norte de Israel foi um bocado estranha porque sofreu dum erro de planeamento. Querendo ir a Masada (como fomos 2 dias depois), organizámos os dias passados nesta zona considerando que Masada ficava aqui, à beira do Mar da Galileia. No entanto, já com reservas feitas, apercebemo-nos que esta era outra Masada; a que nos interessava fica à beira do Mar Morto, a mais de 3 horas de carro. O plano foi ajustado, em sacrifício das visitas à Cesareia Marítima e a Acre.
Instalados em Haifa, apercebemos-nos que o Sabath começa a ter efeitos práticos a meio da tarde de 6ª feira. Os supermercados já estavam fechados àquela hora e percebemos que os restaurantes também estariam fechados à hora do jantar. A ver a vida a andar para trás, desenrascámos uma jantar com pratos pré cozinhados comprados numa loja de conveniência, onde também comprámos enlatados para o jantar do dia seguinte (esse, sim, no sábado em que contávamos não conseguir comer em restaurante). Mais tarde, percebemos que haveria outras opções para o jantar: alguns restaurantes muçulmanos.
Aproveitámos para descansar e lavar roupa até à hora do belo repasto que até não estava mal.
dia 6 (8/7), Nazaré e Mar Morto
Dia de visitar Nazaré, onde Jesus viveu, atualmente a cidade israelita com maior percentagem de população muçulmana.
Tendo lido que o estacionamento seria bastante complicado, deixámos o carro num bairro meio abarracado a uns 15 minutos a pé da Igreja da Anunciação. Esta enorme igreja tem 2 pisos: o inferior (designado de “gruta”, local de culto desde o século I, onde Maria terá vivido) e o superior, com a basílica que foi construída em 1969 sobre a “gruta”. Pouco depois de chegarmos, iniciou-se uma cerimónia no piso de baixo que, rapidamente, se encheu de pessoas na parte exterior das grades que envolvem a zona do altar.
Do piso de cima, alinhada com o altar do piso inferior, ergue-se uma impressionante cúpula em forma de pirâmide hexadecagonal, mais bonita vista do lado de dentro do que de fora, na nossa opinião.
Num muro no exterior, estão dispostas ilustrações da Virgem Maria oferecidas por inúmeros países. Portugal está representado com estes azulejos datados de 2012.
Em leitura posterior, ficámos a saber que os católicos e os ortodoxos estão em desacordo sobre o local em que o arcanjo Gabriel visitou Maria. Por este motivo, há duas igrejas da Anunciação em Nazaré, tendo nós visitado a católica. A igreja ortodoxa foi construída sobre a nascente onde os ortodoxos acreditam que maria estaria a recolher água aquando da Anunciação. Um pouco mais à frente, está uma bica com água da mesma nascente (designada por “Poço de Maria”), onde outras correntes acreditam ser o verdadeiro local onde tudo aconteceu. Falhámos a igreja ortodoxa mas não o Poço de Maria, embora na altura não nos tivéssemos apercebido do seu significado.
Seguiu-se o almoço no restaurante no Al-Sheikh (nota 5), onde comemos pita Shoarma. Éramos os únicos turistas, provavelmente porque a ementa apenas em árabe afugenta muita gente.
Chegámos à beira do Mar Morto pelas 17:00. Parámos num miradouro para apreciar a paisagem e tivemos o primeiro embate com um ambiente quente e abafado como ainda não tínhamos experimentado. Ainda ficou pior quando descemos ao nível do Mar Morto, 300m abaixo do nível do mar, cerca de 10° acima dos locais onde tínhamos nos dias anteriores. Nas duas semanas seguintes, andaríamos sempre no patamar dos 40ºC.
O Mar Morto é um lago no fundo do vale do rio Jordão, dividido em duas partes por uma península ligada à margem oriental: a parte norte, com água mais profunda que ocupa a aproximadamente 2/3 da área, e a parte sul, com água mais rasa que ocupa 1/3 da área. Em meados do século XX, houve um grande desvio da água que corria do rio Jordão para o Mar Morto, o que resultou na redução do nível da água. A parte norte do lago ainda é mantida naturalmente, ao contrário da parte sul que é alimentada por bombas que passam a água da zona norte para a zona sul. A parte sul é usada como tanques de evaporação dos quais são extraídos elementos como o sal, o potássio , o bromo e o magnésio.
A costa da margem israelita do lado sul é explorada por empreendimentos turísticos, tendo nós ficado num deles em Neve Zohar. Depois de nos instalarmos, fomos a banhos no Mar Morto. Eram 19:30 e o sol estava quase a pôr-se, mas o calor abafado mantinha-se … não conseguimos imaginar em que outra altura do dia poderíamos ter tido esta experiência. Fomos a uma praia inserida numa zona para caravanas, onde só estava uma, e fomos a banhos sem mais ninguém à volta.
Não estivemos mais de 15 minutos dentro de água. A temperatura era quentinha, embora menos que o ar à volta, e a experiência muito engraçada, pelo impulso que os minerais imprimiam. Conseguíamos sentar-nos na água sem afundar e era muito fácil desequilibrar-nos, o que era algo perigoso, uma vez que é altamente desaconselhável molhar a cara com aquela água (a Helena provou-a e arrependeu-se imediatamente). A água em si é bastante viscosa deixando a pele gordurosa durante bastante tempo (por exemplo, era impossível mexer no telemóvel, mesmo depois de secar os dedos).
O Tomás cometeu o erro de coçar as costas, cuja pele se queixou logo do contacto com aquela água. Hora de ir para casa, tomar um belo duche. A água estava entre o morna e o quente, uma vez que os canos estão no exterior, o que não foi muito mau para o duche mas era um desconsolo para beber.
Jantámos atum com tomatada enlatado, ervilhas (também enlatadas) e batatas fritas com banana desidratada para a sobremesa. Foi o que se arranjou na loja de conveniência do dia anterior, capaz de sobreviver às temperaturas elevadas da viagem de carro. Era sábado, pelo que nem tentámos ir a nenhum restaurante, o estado de Sabath só seria levantado no domingo de manhã. Além disso, no dia seguinte a alvorada estava prevista para as 4:40.
dia 7 (9/7), Masada
O plano era ver o nascer do sol (às 5:45) do alto do planalto de Masada, à beira do Mar Morto, onde o rei Herodes construiu um palácio-fortaleza e toda a infraestrutura para ser auto suficiente (água, comida, etc.). No contexto da revolta dos judeus contra o império romano, foi refúgio dos últimos resistentes até 73dc, quando foi conquistada pelos romanos, depois de 4 anos de cerco. Quando entraram, os romanos verificaram que os quase 1.000 resistentes tinham cometido suicídio em massa. Só sobreviveram 2 mulheres e 5 crianças que se esconderam numa das 14 cisternas e puderam contar esta história extraordinária. Atualmente, Masada é a atração turística paga mais visitada de Israel.
Havendo 3 maneiras de chegar ao planalto (teleférico e duas subida a pé, a mais e a menos difícil), apostámos na subida a pé mais suave, pela rampa construída pelos romanos para invadirem Masada. A subida está anunciada para demorar 15 minutos e pareceu-nos mais adequada para todos. No entanto, quando chegámos à bilheteira, pelas 5:20, fomos informados que a rampa fica do lado poente do planalto e que seria necessário fazer um percurso de 45 minutos de carro para lá chegar. Assim, decidimos subir pelos 2,7 km do trilho da serpente (nome sugestivo que traduz o serpentear do trajeto).
Começámos a subir com 31ºC e, passada uma hora, chegámos lá acima com as t-shirts encharcadas da transpiração. A meio da subida, assistimos ao nascer do sol sobre o Mar Morto. Experiência inesquecível!
Este trilho é feito pelos militares de Israel que juram bandeira no topo da colina que, para eles, simboliza a resistência do seu povo contra os inimigos. Neste dia não havia militares mas foi impressionante ver pessoas de todas as idades pelo trilho acima, algumas com bastantes dificuldades.
Da Masada, obtém-se uma magnífica vista a 360° do deserto da Judeia. A toda a volta estão assinalados os locais dos acampamentos e das fortificações romanas usadas no cerco, bem como a rampa por eles construída para chegarem ao topo do planalto, que formam o conjunto mais completo de elementos usados pelos romanos num cerco que chegou aos nossos dias.
Passada hora e meia a explorar as ruínas dos palácios e das infraestruturas envolventes, incluindo os banhos romanos e os pombais (fonte de carne e de fertilizante), voltámos a fazer o trilho da serpente, desta vez em menos de metade do tempo. Eram 8:30, o sol já estava alto, e ainda havia pessoas a subir. Em dias de muito calor, a subida por este trilho é fechada às 8h; pelos vistos não estava “muito calor”.
Regressámos a Jerusalém para a nossa última noite em Israel. Almoçámos num centro comercial perto do alojamento que tínhamos reservado e fomos para lá quando chegou a hora da entrada. Não estava lá ninguém, mas a porta estava aberta. O espaço estava imundo, cortesia dos hóspedes anteriores, e nem percebemos como poderiam dormir lá 3 pessoas, uma vez que só vimos uma cama individual mais um colchão, também individual. Enviámos mensagem à anfitriã que só respondeu passada uma hora, quando estávamos a cancelar a reserva e a fazer outra noutro local. Depois de trocas de mensagens com o Booking.com, em que recusámos lá ficar (apesar de nos garantirem que já estava tudo condições), devolveram-nos metade do dinheiro que sobrou depois de retirada a comissão do Bokking.com. Menos mal.
Arranjámos outra solução no centro de Jerusalém, o que nos obrigou a pagar uma exorbitância pelo estacionamento noturno. Em compensação, ficámos perto do famoso mercado Machaneh Yehudah, o principal da cidade, o que valeu um passeio interessante e um belo jantar, a primeira refeição do top 3 desta viagem (as outras duas seriam uns dias depois na Jordânia). Fomos ao JahnunBar (nota 5) e comemos shakshuka (ovos com tomate com especiarias e ervas aromáticas) com cerveja Goldstar (black lager) que sozinha não parecia grande coisa mas que combinava muito bem com a comida. Além da comida espetacular, a envolvente era cativante, desde a banda sonora assegurada pelo bar do outro lado da rua, até à agitação da multidão a passar na rua. até o serviço foi top! Fomos servidos pelo único israelita simpático com que interagimos durante uma semana inteira.
dia 8 (10/7), Jerusalém - Eilot
A entrega do carro correu sem incidentes e fomos tomar o pequeno almoço no Caffit Cafe (nota 4), onde também comprámos umas sandes para a viagem. O plano do dia era apanhar a camioneta para o sul, perto do Golfo de Aqaba, onde passaríamos a fronteira para a Jordânia.
A carreira 444 faz este trajeto direto com duas saídas de da estação central de Jerusalém, às 10:00 e às 14.00. Tendo chegado ao terminal rodoviário pouco depois das 10, optámos por apanhar outra carreira, que saía às 10:30 até um ponto intermédio onde apanharíamos outra para o destino final. Pouco depois das 11:30, entrámos na segunda camioneta mas não seguimos viagem porque o saldo no Rav Kav era insuficiente (cortesia do sr. “simpático” que nos fez o carregamento no terminal rodoviário). Havia outra carreira daí a hora e meia mas disseram-nos que poderia vir cheia, caso em que não conseguiríamos entrar.
Assim, depois de voltarmos a carregar o cartão com dinheiro suficiente para chegar perto da fronteira com a Jordânia (conforme confirmado 3 vezes), decidimos voltar para Jerusalém (mais 45 minutos de deslocação) e apanhar o 444 das 14h. De volta ao terminal rodoviário, tentámos reservar o lugar na camioneta mas isso só seria possível se pagássemos os bilhetes com a reserva, uma vez que o saldo no cartão só pode ser usado na própria camioneta, nesse caso sem garantia de termos lugar … Só havendo mais 5 lugares disponíveis, acabámos por comprar os bilhetes, ficando com umas dezenas de Euros inúteis nos cartões.
Ainda fomos ao serviço de atendimento mas o reembolso só poderia ser feito para contas bancárias israelitas. Tudo isto com um atendimento miserável, sempre com maus modos e sem vontade nenhuma de ajudar, nem que fosse para indicar onde era o posto de atendimento (apenas apontaram numa direção).
A viagem correu bem, ao longo do Mar Morto, com paragens em Masada e nos empreendimentos turísticos da zona (incluindo aquele onde ficámos) e do deserto que se seguiu. Chegámos a Eilot pelas 18:30 e seguimos a pé para a fronteira, a 1.400 m de distância.
A saída de Israel foi simples, implicando mostrar o passaporte umas quantas vezes e pagar a taxa de saída, no valor de 115 ILS por pessoa.
Curiosidades
. Nunca vimos povo tão mal disposto como o israelita. Sempre com ar zangado, passando a sensação que somos um incómodo para eles, a interação é bastante desagradável. Desde sermos recebidos com um “what?” pleno de desprezo, até respostas com maus modos e (pontualmente) agressivas, experimentámos de tudo.
. No espaço público, os locais impõem a sua presença, independentemente da idade ou da constituição física, tanto a caminharem (os outros que se desviem) como nas filas, colando-se a quem está à sua frente a ponto de lhes atrapalhar os movimentos (por exemplo no pagamento no supermercado ou a lavar as mãos num restaurante). Com algum esforço, o Francisco conseguiu fazer o mesmo nos últimos dias, a caminhar na rua, tendo resultado em alguns encontrões para comprovar a tese. É um mistério como isso não acontece entre eles.
. O mesmo acontece na estrada. Apesar da condução ser suave (todos os carros deslocam-se mais ou menos à mesma velocidade e não há acelerações nem travagens bruscas), os locais ocupam todo o espaço disponível, ultrapassando pela esquerda e pela direita, colando-se ao carro da frente e buzinando quando este não faz o mesmo. Stressante.
. Seja pela omnipresença de militares fortemente armados, ou pela tal atitude mal disposta, sente-se uma tensão permanentemente no ar que parece estar prestes a explodir. As várias comunidades coexistem sem interagirem (exceto profissionalmente). Por exemplo, os judeus ortodoxos deslocam-se na cidade velha sem desviar o olhar (muitas vezes com os olhos no chão), mandaram-nos mudar de passeio porque aquele onde seguíamos era só para judeus e barraram-nos a passagem numa rua que era só para muçulmanos.
. Em todo o país, a sinalização é trilingue: hebraico, árabe e inglês e a comunicação em inglês é fácil em todo o lado, mesmo nos restaurantes com a ementa só em árabe (não fomos a nenhum com a ementa só em hebraico).
. No Sabath está tudo fechado, exceto os negócios explorados por muçulmanos. Aprendemos à nossa custa que o Sabath começa a meio da tarde de 6ª feira e termina na manhã de domingo.